2013-08-26

Afastar-me de mim

Os dias envergonham-se de crescer,
E aos poucos vão encolhendo…
Como a vida que deixa de correr,
E aos poucos se vai escondendo.
Há no ar, o frio do fim do verão.
Sonhos feitos da espuma do mar.
E o que outrora já foi paixão,
É agora e apenas um recordar.
Não sei se a vida deva ser assim…
Às vezes tudo parece sem sentido,
E andar, é só andar perdido,
A afastar-me de mim!

2013-08-24

Dai-me alento!


Sei de um caminho perdido e sem regresso.
Humilde sou um buscador e peço,
Alguma misericórdia por favor!
Dai-me alento e não ilusão,
Pois sigo lento em busca da razão.
Uma lógica perfeita e estabelecida,
E não alguma esperança,
Condenada a ficar perdida.

Estou cansado de correr...
Agora queria ficar parado,
Usufruir o que é viver,
E se possível sendo amado!

2013-08-23

Tempestade de Amor



O amor maltrata-nos, em vendavais de esperança e desalento.
Como se fossemos um saco de ossos que podem ser partidos.
Depois essa custosa dor que fica para sempre, de sonhos adiados,
De sermos veleiros de velas esfarrapadas, que ficaram para trás!

Nunca se importa com as vítimas de corações feridos.
Tenho a certeza que o amor, é a loucura de universo adolescente,
E toda a nossa esperança, todos os nossos pedidos,
Apenas o irritam, e o tornam ainda mais doente!

Para ele não importam os danos colaterais.
Ele acha-se de todos, importante demais!
Para dar atenção aos nossos medos, limitações...
Para ele tudo é ímpeto, fracos os nossos corações!

Não...Agora sou apenas um resto do que fui, uma pena!
E vogo no furacão com a tranquilidade de ser nada.
Deixei sonhos de grandeza, sou afinal coisa pequena,
Que pensa que cada dia, é apenas o começo da jornada.

2013-08-15

O Amanhã é bem vindo!


Há em cada hora que passa,
O peso acrescido da ausência,
O manto negro do silêncio,
Caindo como uma capa,
Que tudo abafa, tudo sufoca.

São os lugares de memória,
Que desenham encontros.
Esboçam futuros que podiam ser.
Mas é tudo um vazio,
Lugares de sonho,
Que existem em lado nenhum!

Sou um pássaro negro.
Sem querer, sou mais
Um agoiro involuntário;
Que me faz pesado.
E só queria ser bom,
E feliz, e voar...

Universo de caos...
Um louco que se reinventa!
E ao invés de pássaro,
Só posso ser árvore,
Subir ao alto.
E cair de pé.

Abrirei uma clareira na floresta.
Por pouco tempo creio!
E virá outra estação,
E cairá a chuva pesada.
A vida renova-se para se repetir.
Nunca é o fim, somos só nós,
Como uma brisa!
Nenhum gesto com mais significado,
Vida breve e fútil,
Um sopro passado.

O Amanhã é bem vindo.