Sou o calhau no
leito do rio,
E mais alguma coisa
que não sei.
O animal enjaulado e
com cio.
A ave cujo voo nunca
dei.
Sei que sou a
minhoca,
Ou a toupeira que
cava a toca.
Fujo da luz, e já
nem sei;
Se de tanto fugir já
ceguei!
Quem me diz o que
sou?
O caminho por onde
vou?
E se não disserem
nada,
Isto mesmo assim,
não acaba!
Talvez me perca
dentro de mim;
E pinte as coisas em
tons de cinzento.
Há-de chegar um
dia, o fim;
E irei, irei sem um
lamento.
4 comentários:
interessante
Poesia bastante concreta, inteligente, e concisa... Mitro Vorga: Um artista em ascensão, ou um rebelde poético escondido?
Porque não os dois?
Porque os dois acabam, no final, por chocar com a triste realidade escondida de um artista...
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