O Avarento
Tem as mãos fechadas e olha de lado,
Não sabe que é doente e é marado.
Procura tudo o que não tem, nem pode ter!
É um morto vivo, que julga que assim é viver.
Lamento a convicção com que se apodera.
É um cacto, ou menos que isso!
É o que persegue o lado negro da quimera,
E nisso tem o pensamento fixo!
É um doente mental que quer,
O meu mundo e o teu!
Pensa que no juntar e ter,
Ganha o mundo que é seu!
Lamento a sofreguidão com que deseja!
Dá-me pena o seu traje bafiento.
Lamento de todo que assim seja,
Este personagem: O Avarento!