Cheguei-me à luz, mostraram-me o céu!
Fora de mim, fiquei deslumbrado;
Pensei que era meu.
Escarvei o chão, qual touro libertado!
Mas lá, não anda solta nenhuma besta.
Foi curta a minha festa!
Rostos angelicais,
Explicaram-me que estava a mais.
Aquele não era o meu lugar,
Não me sabia comportar,
Portara-me mal!
Procurei explicar que estava feliz,
Cheio de força e de vigor!
Meteram-me o dedo no nariz,
Que não compreendia o amor,
E que no final,
Onde deveria estar,
Ao invés de os importunar,
Era no lugar infernal,
Onde acabam a arder,
Os que não sabem viver!
Isso diziam, era um facto:
Eu era um bicho do mato!
Pedra tosca por polir.
E assim sendo, podia partir!
Aceitando seu aviso terno,
Éis-me a caminho do inferno.
Igual ao touro que se abate,
Espero por quem me mate;
Que lugar de bicho,
Depois de morto, é no lixo.
1 comentário:
Gostei imenso deste poema. Contudo, importa dizer, que há DIGNIDADE na Morte.
Abraço
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