Sair por aí sem
destino,
Em completo
desatino,
Soltar a alma,
deixá-la ir!
Achá-la depois, se
conseguir.
Mas hoje não!
Não, por favor,
Que estou doente de
amor.
No peito a doer o
coração.
Não sou perfeito,
E soltou-se-me da
mão.
Meu sonho eleito,
Ganhou asas e voou;
E ninguém o
agarrou!
Canta a água no
ribeiro,
Em cantante
sobressalto,
O perfume dela sinto
o cheiro,
Mas ao lado dela, eu
falto!
Deixa-me ser vento,
furacão!
Pôr asas neste
doido coração!
Deixem-me solto, asa
caída,
Todo eu, imensa
ferida,
Por onde me esvaio!
Oh campos de Maio,
Cheio de papoilas
vermelhas!
As minhas
esperanças,
Deixaram-se de
danças,
Trôpegas velhas;
Que arrastam passos,
De olhos baços,
Onde já não há
vigor!
Sou eu perdido!
Deixai-me ir, andar,
Que o tempo é
bandido;
E me anda a roubar!
Não, ainda não!
Um dia, hei-de
parar...
Deixarei de voar,
E em ofegante
respiração,
Pousarei cansado em
tua mão!
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