2015-08-16

Maldito tempo






Maldito o tempo
que nos rouba os amigos
que ainda não ouvimos por completo
Os segredos ainda por dizer
Que adivinhamos nos olhos marejados
Maldito tempo
que me rouba as tuas mãos das minhas
O copo que treme em direcção aos lábios
Porque a amizade nos soluça na garganta
Maldito tempo
Filho da puta sem mãe nem dono
Que não se importa de te calar para sempre
Ao enterrar-te fundo na minha saudade
Neste meu peito estreito
Onde de tão grande já não cabes!
Oh perdoa, perdoa velho amigo,
Que beba sem ti e repita a dose
Já que não estás, nunca mais estarás!
Maldito tempo
que demora tanto
A juntar-nos de novo...

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