2015-08-14
O CULPADO
Eu sei, ensandeci
De tanta má noticia por aqui
De haver bêbados maiores
Que ao invés de votar em melhores
Abraçaram os mesmos enganos
Entregando-nos ao mesmo bando de ciganos
Que desde que se agarrou, nunca mais foi arrancado
E sim, sinto esse cansaço pesar-me nos braços
E já perdi a vontade de rir, ou de mudar
E ao futuro nem lhe distingo os traços
Não sei bem o que se vai passar
Há quem diga que estou ficando velho
Como agora dizem, sou "peste grisalha"
que o futuro tem pressa e sou empecilho
Para esta sofisticada maralha
Mas não me importo. Se fossem gente, sim.
Mas os garotos crescidos sem educação
São todos realmente assim
E acham que as férias de verão
Nunca têm fim!
Deixa-os brincar enquanto podem
Na ilusão de um vigor eterno.
Que outros engenhos rodem,
E os tragam ao seu inferno-
Mas acho que nem nessa altura
Compreenderão a sua loucura,
E encontrarão outras pestes,
Outras rússias, outros lestes;
Para acusar. Que ele são sempre inocentes!
Há tanto político formado à pressão!
Tanto oportunista sem ideal ,
Que agarra o que está à mão!
E não lhe importa se faz mal.
São dessa geração do dinheiro,
Roubado por inteiro,
A quem trabalha!
Os que dizem que são os outros. a esquerdalha.
Que alimenta os parasitas mandriões!
Mas que aprenderam a salvar bancos de ladrões,
Há custa dessa triste e arrebanhada maralha,
que acabou a chupar os limões!
Não importa, eles têm teorias bonitas,
e escrevem nos jornais.
E tu és dos tais,
Que reverencia a suprema iluminação,
Como que te convencem: Não há opção!
E hás-de ver os filhos deles,
arranjados a preceito continuando as dinastias;
e serás tu o operário mal pago e reles,
que lhes manterás as mordomias!
o mundo continuará igual com pobres e ricos!
Muitos mais dos primeiros que dos segundos,
que para lhes virarem os penicos,
precisarão de muitos serventes imundos!
Assim é a justiça do mundo quando nasces.
Dizem-te: És tu que te fazes!
Para que ao teres consciência,
Na tua agora fugidia inteligência,
que és apenas um idiota chapado;
Ela te diga, que és tu o culpado!
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