Há um amargo na boca,
Um fogo na barriga!
A saudade da amada,
Que pouco nos quis,
Nem soube ser amiga!
Vidas perdidas no vazio,
De quem não soube (ou não quis);
Aproveitar as oportunidades.
Passou correndo, água de um rio.
Talvez não estivesse esfomeada,
De afectos, de paixão, de amor!
E se pudesse dar ao luxo de desperdiçar.
Jardim sem flor...
Ou esteja por demais habituada,
A fazer dos outros desperdício,
Do seu amor próprio, mais dada,
A um platonismo confortável.
Como as crianças sem amigo,
Que às vezes se lembram,
De brincar com o brinquedo antigo.
E só, mais só do que antes,
Porque nunca fomos amantes,
Ter de transformar a solidão em força.
Uma que resista a todas as mortes,
Enquanto a definitiva não chega.
Ser sábio é um busílis!
Descarregar a bílis,
Que esta vida tão oca,
Dá um amargo na boca!
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