2006-08-24

Na fronteira da esperança

foto por R.M.Rocha

Existe às vezes, quase desconhecida,
A lua sombria da alma,
Que às vezes se perde, outras perdida,
Anda na dor que não se acalma!
Lugar de pântano tenebroso,
De onde queremos fugir
Porque o sentimos perigoso!

Quando a alma fede,
E o corpo outra coisa pede,
Senão apenas o vil desejo,
Sequiso na vontade
Da ausência de moralidade!
Resta o impulso de fugir,
Ou nem isso,
Pois do bem o que resta,
É um esquiço,
E o resto já não presta!

Quem pode resgatar essa coisa pouca?
Que pomba branca pode daí voar,
Agora que nos domina a vontade louca,
De tudo querer, sem se travar?
Arrasto-me para a margem deste rio,
Quero agora, apenas naufragar,
Sair desse assombrado navio,
De mágoa e frustração a abarrotar!

Talvez na margem haja promessa,
De outro lugar sem medo nem tremor!
Um onde caiba todo o bem que se não meça,
Aquele a que alguns chamam Amor!
Esse lugar que não se alcança,
E que fica na fronteira da esperança! Posted by Picasa