2005-12-12

Dou tudo por perdido!

Dou tudo por perdido!


Perturba-me este sentir
Que se veste de negro
É um frio penetrante
Algo a fluir
Um deus grego
Em tragédia de instante!

Porque não se acaba?
Perdida a luta
O que me trava?
Vida puta
Que não conhece o dono!

E é Outono
A folha que cai
A loucura que respiro
O meu tempo que se esvai
Nesta mordida de vampiro!

Para trás maldito!
Grita ainda a minha esperança
E estou aflito!

Que diferença faz?
É tempo sem mudança,
Um finar, um aqui jaz!

Deixa-me cair!
Deixa-me descansar!
Não importa ficar e quero ir!

Quero esse descanso merecido,
Viver foi ilusão, um enganar!
Agora dou tudo por perdido!

2005-11-14

Paris a Arder

Paris a Arder!


Há uma mentira em cada olhar
Tu vês carros a arder
Eu vejo a minha fome crescer
E outros que engordam sem parar!

Sabes a força que o desespero tem?
Conheces a esperança que nunca vem?
Mas tudo vai mudar, pra ficar igual,
E acabaremos da mesma maneira: Mal!

Dizem-te que deves ser paciente
Mas tanto esperar, não é viver,
Já não há força que aguente
Quero ver Paris a arder!

2005-10-20

Amor vadio

Tremam os pilares da ponte em sobressalto
Tombe o monte mais alto!
Venha quem vier para combater
Doi tanto esta dor
Que perdi o medo de morrer!
Oh selvagem e louco amor!
Quem em ti pode por freio
Amar por metade, cortar-te ao meio?
Qee me importa o que dizem?
Sabeis bem que o amor é cego e surdo,
Mas não dorme para sempre e acorda!
Amar é ser gladiador
Ou se vive ou se morre!
E já nem me importa, entendes?
Não, não quero saber
Tudo me sabe a fastio
E nem sei porque sorrio
Deve ser mais por defeito
Que feitio!
Olha vida, podes levar tudo de vencida
Mas só se fores com os vencedores!
Porque de resto que importa sonhar?
Haverá sempre um acaso qualquer pra te frustrar
Ou uma ou outra, ou muitas mentiras
Em que naufragar!
E se se anda no mar,
Não é pra morrer afogado?

Não, não me importa que me não salvem
Acho que nem a tua mão me pode segurar
Porque mesmo que a estendas, não quero acreditar!
Os potros selvagens relicham na Primavera,
Mas não tenho nenhum prado para cavalgar!
Tudo o que quero é cair, neste abandono
De julgar que o meu amor é vadio e não tem dono!

2005-07-10

Faz o favor de desaparecer!

Há um monstro com pés de barro
Que espero demore pouco a cair!
Demora no seu extertor de agonia!
Mas que caia um dia,
É esse o meu profundo desejo.
Em sonhos já o vejo,
Mas demora que o mal dura!
E de injustiça há fartura!
Porque não se esfuma ao vento?
Porque não perde o alento?
Porque não deixa de respirar?
O cheiro a enxofre anda no ar!
E se inferno há, deve ser perto!
Mas pode lançar chama, fazer fumaça,
Em breve se desmascarará sua trapaça!
Seu domínio não dura
E em breve conhecerá a sepultura!

Oh que te enterrem até apodrecer
Porque ninguém sentirá saudade,
Ou vontade de te ver!
Já chega da tua maldade
Faz-nos o favor de desaparecer!

2005-04-25

Porque não me vens salvar?

Porque não me vens salvar?


Não me engana,
A tua pose sensual.
Esse sorriso rasgado!
Não passo de um banana
Que nada vale!
Um desgraçado!

De quem ao fim da noite tardia,
Ris junto dos amigos machos,
Pra alimentar a folia,
Que anima os golpes baixos!
Não passo de anedota desbotada,
Alguém pra valer nada!

Este vazio tão invasivo,
Que me inunda todo repentino,
E não me deixa respirar!
Penso que não vivo,
Que sou pequenino,
Algo prestes a acabar!

Se existes ó Deus,
(E eu quero acreditar!)
Porque não me vens salvar?

2005-03-01

Limpar Veneno!

Limpar Veneno!


A minha consciência,
É um lago sereno,
De azul escuro.
Num exercício de paciência,
Eu me procuro,
Para limpar o veneno!

2005-02-03

Falei com Deus

Falei com Deus


Hoje falei com Deus,
E disse-lhe: "Olha! Sou dos teus,
E sinto-me cansado.
A desgraça de todos os dias,
Me faz desanimado.
Queria qualquer coisa boa,
Que pendesse pró teu lado,
E não este andar á toa,
Este sentir-se deslocado!"
Escutei e pensei:
"Deus ficou calado!"
Mas Deus não é de falar,
Mas de fazer acontecer!
Colocou-te a meu lado,
Para eu aprender a amar,
Pra que eu gostasse de viver!

2005-01-31

Dor minha

Dor minha


Corre amor,
É tarde,
Tarde como nunca,
Antes.
Esta dor,
Que faz alarde
De ser só minha!