2011-07-09

Terrorista!




Sei de alguns povos amordaçados,
Na fome, na raiva e na morte.
Povos pequenos e sem sorte,
Vítimas do desejo de futuro,
Que ousaram desejar a liberdade!
Há povos cercados por um muro.
Há notícias que são mera propaganda,
Nenhum resquício de verdade!

Povos, são apenas números perdidos,
Não importam muito mais...
Se morrem ou apenas ficam feridos,
São meros danos colaterais!
Quem dá voz ao povo que emudece?
Quem ousa gritar a sua raiva,
Na justiça que fenece?

Já não sei se vale a pena a esperança,
De um mundo mais fraterno, mais justo!
Esta macabra geopolítica dança,
Em que alguns ganham sempre,
E o resto fica sem tusto!

Há uma raiva que me seca a garganta.
Uma frustração que diz: - Nada adianta!
Mas as minhas mãos ganham garras,
A minha boca presas afiadas.
E se pensam que ficarei domesticado e manso,
Que tudo suportarei com ares de tanso,
Desenganem-se! Saiam-me da vista!
E não me importa nada, se me chamam terrorista!