foto de Neri Gulart
Se num dia triste e aziago,
Tivesse a notícia,
Que Deus havia morrido,
Ou estava desinteressado,
Acabaria a minha esperança,
E o mundo seria apenas palco,
De uma macabra dança!
2006-12-22
2006-12-04
Quadros de palavras!
o mote veio daqui
Existem rios que não levam água nenhuma,
São canais secos por onde cresce o canavial.
Florestas que ávidas de luz escurecem o chão,
E por aí, arredio e suave anda o puma!
Fluindo gracioso na sua vida de animal,
E tudo tem sentido, o puma preto, a negridão!
Porque falo disto, nem sei explicar!
Talvez me sinta tão selvagem,
Embriagado na escuridão da noite,
E almeje a aventura de sonhar!
E em teu corpo, qual puma, me afoite!
Igual ao lindo animal talvez vá rugir!
Ao teu ouvido falar coisas loucas.
Fingirás orelhas moucas,
E não vou ligar, não me travas!
Acabaremos ternamente abraçados,
Pois em cada quadro que pintamos com palavras,
Haverá os nossos nomes tatuados!
2006-11-25
Fome do coração
2006-10-31
Está de férias!
a foto foi tirada daqui!
Há às vezes, uma fome de acreditar,
Que somos mais do que meras criaturas.
Um tentar encontrar um sentido neste andar,
Em especial se as nossas experiencias são duras!
Alguns acreditam em criaturas aladas,
Com poderes e deveres para connosco.
Reminiscências de contos de fadas,
Agora com um desenho mais tosco!
Há quem acredite num anjo exclusivo,
Guarda-costas, entre outras muitas lérias!
Mas eu não tenho anjo ou é furtivo,
Ou o meu então, está sempre de férias!
Há às vezes, uma fome de acreditar,
Que somos mais do que meras criaturas.
Um tentar encontrar um sentido neste andar,
Em especial se as nossas experiencias são duras!
Alguns acreditam em criaturas aladas,
Com poderes e deveres para connosco.
Reminiscências de contos de fadas,
Agora com um desenho mais tosco!
Há quem acredite num anjo exclusivo,
Guarda-costas, entre outras muitas lérias!
Mas eu não tenho anjo ou é furtivo,
Ou o meu então, está sempre de férias!
2006-08-24
Na fronteira da esperança
foto por R.M.Rocha
Existe às vezes, quase desconhecida,
A lua sombria da alma,
Que às vezes se perde, outras perdida,
Anda na dor que não se acalma!
Lugar de pântano tenebroso,
De onde queremos fugir
Porque o sentimos perigoso!
Quando a alma fede,
E o corpo outra coisa pede,
Senão apenas o vil desejo,
Sequiso na vontade
Da ausência de moralidade!
Resta o impulso de fugir,
Ou nem isso,
Pois do bem o que resta,
É um esquiço,
E o resto já não presta!
Quem pode resgatar essa coisa pouca?
Que pomba branca pode daí voar,
Agora que nos domina a vontade louca,
De tudo querer, sem se travar?
Arrasto-me para a margem deste rio,
Quero agora, apenas naufragar,
Sair desse assombrado navio,
De mágoa e frustração a abarrotar!
Talvez na margem haja promessa,
De outro lugar sem medo nem tremor!
Um onde caiba todo o bem que se não meça,
Aquele a que alguns chamam Amor!
Esse lugar que não se alcança,
E que fica na fronteira da esperança!
Existe às vezes, quase desconhecida,
A lua sombria da alma,
Que às vezes se perde, outras perdida,
Anda na dor que não se acalma!
Lugar de pântano tenebroso,
De onde queremos fugir
Porque o sentimos perigoso!
Quando a alma fede,
E o corpo outra coisa pede,
Senão apenas o vil desejo,
Sequiso na vontade
Da ausência de moralidade!
Resta o impulso de fugir,
Ou nem isso,
Pois do bem o que resta,
É um esquiço,
E o resto já não presta!
Quem pode resgatar essa coisa pouca?
Que pomba branca pode daí voar,
Agora que nos domina a vontade louca,
De tudo querer, sem se travar?
Arrasto-me para a margem deste rio,
Quero agora, apenas naufragar,
Sair desse assombrado navio,
De mágoa e frustração a abarrotar!
Talvez na margem haja promessa,
De outro lugar sem medo nem tremor!
Um onde caiba todo o bem que se não meça,
Aquele a que alguns chamam Amor!
Esse lugar que não se alcança,
E que fica na fronteira da esperança!
2006-07-27
Adormecer
Pressinto esta dor
Que me invade
Me toma todo
Ausência desse amor
Oh Saudade!
É insensato, eu sei
Persistir nisso é loucura
Tudo te dei
Não tenho cura
Nem juízo
Há loucos mais felizes
Parvos que são melhores
Tristezas e dores
Tenho em todos os matizes
Tantas quantas esquecidas belezas!
Arrancar o coração
Sim atirá-lo para longe
Sou sem salvação
Um monge devasso
Desgraçado sou em tudo que faço!
Perdoem ter acreditado
Que do amor estava perto
Foi escusado
Fiz tudo errado
Nada deu certo!
Vou arrancar os olhos
Não quero mais ver
Há frustração aos molhos
Em cada amanhecer
E só quero adormecer, adormecer...
Que me invade
Me toma todo
Ausência desse amor
Oh Saudade!
É insensato, eu sei
Persistir nisso é loucura
Tudo te dei
Não tenho cura
Nem juízo
Há loucos mais felizes
Parvos que são melhores
Tristezas e dores
Tenho em todos os matizes
Tantas quantas esquecidas belezas!
Arrancar o coração
Sim atirá-lo para longe
Sou sem salvação
Um monge devasso
Desgraçado sou em tudo que faço!
Perdoem ter acreditado
Que do amor estava perto
Foi escusado
Fiz tudo errado
Nada deu certo!
Vou arrancar os olhos
Não quero mais ver
Há frustração aos molhos
Em cada amanhecer
E só quero adormecer, adormecer...
2006-07-23
Ser doido
2006-07-22
Não há nada que nos valha!
A mulher que amava,
Foi-me roubada,
Dos meus sonhos!
Enquanto neles voava,
Tudo era belo, perfeito,
Na sua doçura, eu repousava,
(Eram apenas sonhos!)
Mas quando a encontrei
Um dia na estação,
Nunca mais sosseguei,
Incendiado, na mais intensa paixão!
Deixei de sonhar, não era preciso!
A partir daí, perdi o juízo!
Foi a loucura e a dor de achar
E perder, e voltar a perder.
Descobri que o amor é dor,
E que amar
Pode querer dizer morrer!
Ó insensatos que na vida,
Perseguis a felicidade no amor:
É mentira!
Tal jornada está perdida,
Condenada a acabar em dor!
Resseca a erva, fenece a flor,
E é natural.
Mas padecer de amor,
É fatal!
Maldita droga essa,
Em que a gente tropeça,
Nos caminhos do coração!
É cruel, é tirana,
Essa ditadura insana,
Que nos prende,
A quem não quer prisão,
Nem nunca se rende!
Permiti que vos avise, como amigo,
Que do alto deste farol vos grite,
Que tal coisa é um perigo, é um perigo!
Fugi do amor que turva a visão,
Altera a respiração,
Desse sabor tão doce,
Que embriaga!
Ó dura fraga,
Onde como frágil casco
(E isto até dá asco!)
Embatemos,
Debatemos,
E afundamos,
Com todos os danos...
E somos pó e poalha,
E não há nada que nos valha!
Foi-me roubada,
Dos meus sonhos!
Enquanto neles voava,
Tudo era belo, perfeito,
Na sua doçura, eu repousava,
(Eram apenas sonhos!)
Mas quando a encontrei
Um dia na estação,
Nunca mais sosseguei,
Incendiado, na mais intensa paixão!
Deixei de sonhar, não era preciso!
A partir daí, perdi o juízo!
Foi a loucura e a dor de achar
E perder, e voltar a perder.
Descobri que o amor é dor,
E que amar
Pode querer dizer morrer!
Ó insensatos que na vida,
Perseguis a felicidade no amor:
É mentira!
Tal jornada está perdida,
Condenada a acabar em dor!
Resseca a erva, fenece a flor,
E é natural.
Mas padecer de amor,
É fatal!
Maldita droga essa,
Em que a gente tropeça,
Nos caminhos do coração!
É cruel, é tirana,
Essa ditadura insana,
Que nos prende,
A quem não quer prisão,
Nem nunca se rende!
Permiti que vos avise, como amigo,
Que do alto deste farol vos grite,
Que tal coisa é um perigo, é um perigo!
Fugi do amor que turva a visão,
Altera a respiração,
Desse sabor tão doce,
Que embriaga!
Ó dura fraga,
Onde como frágil casco
(E isto até dá asco!)
Embatemos,
Debatemos,
E afundamos,
Com todos os danos...
E somos pó e poalha,
E não há nada que nos valha!
2006-07-21
Gaivota solitária
Sou gaivota só de solitária ser
Quando te quero, não estás mais,
E quando não estás, aumenta o querer!
Porque me deixas só no meu voar?
Não te importam os meus dias?
Se há em mim coisas tristes,
Que fazem as tuas alegrias?
Queria deixar de ser gaivota só.
Ser apenas apenas areia, talvez pó!
E nem é mais por ti, mas por mim,
Que me dói tanto ser assim,
Ser como sou!
Levanto de novo vôo e vou.
Para planar sobre o mar,
Que é salgado e não mata a sede,
E aonde tenho de beber!
Deve ser por isso,
Que as lágrimas sabem a sal.
É o teu interesse por mim, mortiço,
Que me pesa e faz tão mal!
2006-07-20
Encher o gamelo!
Éis que vem falar,
Sua Excelência o presidente,
Do venerável Banco de Portugal,
Todo contente:
Está a crescer e não vai mal,
A economia em Portugal!
Mas é preciso contenção,
Em especial, a salarial!
Fala assim o animal,
Porque tem um ordenadão,
Carro, cartão de crédito, regalias
E outras mordomias tais!
E anda pr'aqui o Zè feito camelo,
A trabalhar todos os dias,
E a cada dia a pagar mais,
Pra lhes encher o gamelo!
Sua Excelência o presidente,
Do venerável Banco de Portugal,
Todo contente:
Está a crescer e não vai mal,
A economia em Portugal!
Mas é preciso contenção,
Em especial, a salarial!
Fala assim o animal,
Porque tem um ordenadão,
Carro, cartão de crédito, regalias
E outras mordomias tais!
E anda pr'aqui o Zè feito camelo,
A trabalhar todos os dias,
E a cada dia a pagar mais,
Pra lhes encher o gamelo!
2006-07-19
Efeito secundário
Hoje em dia toda a gente escreve
Seja literatura pesada, seja leve
Encontro muito material
Que gosto e outro menos mal!
Há muito sobre sexo e erotismo
Deve ser doença, talvez priapismo!
Ou muita espreitadela no decote,
Ou saudades de apanhar no pacote!
Que raio é que se passa?
Será efeito secundário da falta de ‘massa’?
Seja literatura pesada, seja leve
Encontro muito material
Que gosto e outro menos mal!
Há muito sobre sexo e erotismo
Deve ser doença, talvez priapismo!
Ou muita espreitadela no decote,
Ou saudades de apanhar no pacote!
Que raio é que se passa?
Será efeito secundário da falta de ‘massa’?
2006-07-18
Poeta de m...
Poeta grande sei que não sou!
Sou repentista e se rimar, rimou,
Se não, na próxima sairá melhor!
É a minha inspiração que é fugaz,
O que escrevo, alguns largam por trás!
Sou repentista e se rimar, rimou,
Se não, na próxima sairá melhor!
É a minha inspiração que é fugaz,
O que escrevo, alguns largam por trás!
2006-07-14
A porta que dá!
Há um perfume agarrado a mim,
Um cheiro que não há maneira de sair,
Uma coisa forte e intensa assim,
Que me entontece e faz cair!
E sei agora o que se trata
Uma reles imitação barata
De um perfume chique de Paris!
Só podia ser!
É como esta imitação
Que simulas da paixão!
Uma coisa a querer parecer,
Desenbocando no tédio,
Há saída do teu prédio!
Gostava imenso de te amar
Mas não consigo já
Estás sempre a fechar
A porta que dá!
Um cheiro que não há maneira de sair,
Uma coisa forte e intensa assim,
Que me entontece e faz cair!
E sei agora o que se trata
Uma reles imitação barata
De um perfume chique de Paris!
Só podia ser!
É como esta imitação
Que simulas da paixão!
Uma coisa a querer parecer,
Desenbocando no tédio,
Há saída do teu prédio!
Gostava imenso de te amar
Mas não consigo já
Estás sempre a fechar
A porta que dá!
2006-06-01
Amor e Vida
Valerá assim tanto o amor?
Que estejamos dispostos a sofrer,
Essa insuportável dor,
Que nunca conseguimos esquecer?
A vida é tão breve para ser a magoar!
Queria desistir de amar!
Mas, se o fosse realmente fazer
Poderia dizer que era viver?
Que estejamos dispostos a sofrer,
Essa insuportável dor,
Que nunca conseguimos esquecer?
A vida é tão breve para ser a magoar!
Queria desistir de amar!
Mas, se o fosse realmente fazer
Poderia dizer que era viver?
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