2006-12-04

Quadros de palavras!



o mote veio daqui

Existem rios que não levam água nenhuma,
São canais secos por onde cresce o canavial.
Florestas que ávidas de luz escurecem o chão,
E por aí, arredio e suave anda o puma!
Fluindo gracioso na sua vida de animal,
E tudo tem sentido, o puma preto, a negridão!

Porque falo disto, nem sei explicar!
Talvez me sinta tão selvagem,
Embriagado na escuridão da noite,
E almeje a aventura de sonhar!
E em teu corpo, qual puma, me afoite!

Igual ao lindo animal talvez vá rugir!
Ao teu ouvido falar coisas loucas.
Fingirás orelhas moucas,
E não vou ligar, não me travas!
Acabaremos ternamente abraçados,
Pois em cada quadro que pintamos com palavras,
Haverá os nossos nomes tatuados!

8 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Mitro,
A noite é realmente fascinante, e tem um encanto capaz de nos transformar a qualquer um.
Abraço.

Anónimo disse...

e quem disse que te quero travar?!!... :)))
jinhos

Anónimo disse...

Se não levam agua...nunca serão rios... antes e tão somente uma miragem daquilo que outrora foram...
Na escuridão da noite ...
Podemos pintar o que quisermos :)
bjitoooooooooo

Anónimo disse...

Os quadros que pintamos com palavras revelam sempre um pouco de nós. E se te sentes puma para conquistar, esquecerás os rios secos e o chão sombrio.

Beijo grande.

Anónimo disse...

Tu escreves de uma forma, que cada palavra tua embeleza tudo aquilo que tentas descrever.
Adorei

Porcelain disse...

O puma não é negro... está apenas ensombrado... confuso pela ausência de luz... mas a ausência de luz nunca é total, porque ela só é gerada pelo facto de existir luz... há sempre uma nesga... um escape... e quando os nossos olhos se habituam à escuridão, conseguem ver coisas apenas com essa nesga de luz que com toda a luz não conseguiriam ver... se é com o terno abraço que o teu coração sonha verdadeiramente, essa será certamente a paisagem que irá acabar por se pintar a ela própria num qualquer quadro de futuro, antes que tu mesmo te apercebas do que se está a passar... :)

Beijo!

Porcelain disse...

:P Adoro o bichinho da foto :D

Serafim Peixoto disse...

Até o pumo, o leão da montanha na poesia encanta e entranha! Belo poema, Vorga!