2004-04-17

Não consigo vê-lo!

Não consigo vê-lo!



Quebra a vaga, o silêncio
Que escorre na noite langue.
Sentir-se preenchido pelo vazio,
A alma esvaindo-se, exangue...

Só nada menos que nada!
Há só ausência, tormento.
Tudo me transtorna, enfada,
E o cheiro é bolorento!

Por favor, deixa-me fazer uma oração
Rebentar em lágrimas e dizê-lo:
Tenho aqui dentro uma ferida no coração,
E Deus, já não consigo vê-lo!

2004-04-08

Sou um nabo...

Sou um nabo!


Perturbado, inquieto...
Movo-me com as cautelas
Necessárias.
Atiro-me ao tecto,
A elas,
A várias!
Sim, sou tomado,
Tombo redondo,
De lado!
Vou pondo,
Aí o que sou
Sem ir, vou!
Lento, acabo
Sou um nabo!