2004-01-02

Num passo de ballet

Num passo de ballet


Amei-te mais do que a minha triste vida
E agora sim, eu sei, estás perdida!
Sei que nunca mais voltarás aos meus braços
Que não me desejas mais, nem falar!
Procurarás outros abraços
Quem te faça feliz, ou te faça pensar assim.
De que me valeu amar, ou dar?
Nem sequer pensas em mim.
E se te amei e tudo dei,
E agora sou posto na margem,
Porque hei-de seguir viagem?
Não cumpro nenhuma lei,
Neste coração anarca, libertino.
Em vez de homem, j´ não quero ser
E se for hei-de ser apenas menino!
Vai, sê livre se fores capaz
As teias que a vida faz!
A pensar que sabia amar
E afinal tudo o que fiz
Foi esmurrar o nariz,
Andar-me a enganar!
Ai que dor de corno esta
Que me estraga a festa!
E faz ficar assim em depressão...
É uma coisa estúpida e mole
Este coração!
Digam-me que estou a aprender!
Que ainda há esperança!
Falta pouco para morrer,
E queria outra dança!
Talvez em vez da valsa,
Uma rumba, ou uma salsa!
Ao invés de andar na corda bamba,
Preferia um samba!
E se tudo tem de ser amargo
Queria antes mandar tudo pró carago!
Ou então assim como é
Ser um cisne, num passo de ballet!

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