2010-11-11

Empertigadorismo



Em pequenitos fazíamos de conta,
— Na nossa infância dura, —
Fazendo bolos na mesma lama.
Agora cresceste, (mas só em impostura),
Chegou-te uma doentia e obesa fama.
E finges do alto da tua vã importância,
Que não me conheces, queres distância!

Agora o teu meio social,
São as tias conectadas,
Os Professores Doutores!
De bafiento, cheiras mal!
As pessoas afamadas,
São a canalha dos Senhores!
E os que de facto têm valor,
Devem sofrer com teu bolor!

Dás-te com canalha, de marca,
Que já não brinca ao faz de conta,
Mas que faz de conta que é superior!
Sensatez de nada, tão pobre e parca,
Sapiência inflacionada de tão tonta,
Fingindo por sua vez, ter imenso valor!


No contacto, são vaga-lumes,
Bando de snobes empertigados,
Sempre em lucro, nunca em perda!
Cagalhões vaidosos e perfumados,
Que apesar de todos os perfumes,
Permanecem uma grande merda!

12 comentários:

Ivy disse...

Palavras duras...!!!!

Secreta disse...

Assino por baixo!
Posso?

Porcelain disse...

Só de ler já cansa... o que é que nos acontece quando "crescemos"?... Não dá para perceber...

Canto da Boca disse...

Um mundo profundamente desfolhado em quatro estrofes.

S* disse...

Podes crer, nem todo o perfume consegue esconder o cheiro pérfido.

izilgallu disse...

Soa despeito...

# Poetíssima Prida disse...

'Sempre em lucro, nunca em perda!'

Amém...

Que este ano tenhamos muitas inspirações... Abraços nossos #

tb disse...

Não há perfume que lhes valha!
Concordo em absoluto! A tua palavra é arte! :)
Abrinhus

Inês Diana disse...

Boas! :D
Estou de volta e vim deixar-te um beijo! ;)

Anónimo disse...

É tão verdade que até doi :(

Mar Arável disse...

Perfeito

Rosa Brava disse...

Ainda ontem escrevia no FB sobre o meu cansaço deste mundo do faz de conta!

Há verdades que são únicas, como este poema. Gostei!