
No peito uma pedra!
Nos punhos cerrados
Uma raiva que medra!
Caminhos errados.
No meio do mar,
Veleiros parados,
Onde não querem chegar!

É uma poalha
Que se solta dessa tolha
Sobre a mesa
Da tristeza
E faz chorar!
Quem me dera esse pão
Que não alimenta
Mas acalenta
E sustenta
A minha paixão!
Quem eu quero
Não pode ser
É ter fome até morrer!
Nada espero
Desespero!
O que é que eu fiz?
Já nem interessa
De ser feliz
Não resta nada,
Nem a promessa!
Macabra dança
Onde morre a esperança
É beber amarga poção
Até ao fim, ficar vazio
Viver em vão!

Sou pó e preciso de pó
Um pó que me abrace
E me faça menos só
Um enlace
Que me lace
E me prenda
Nos seus braços
Em abraços
Que de ternos que são
Me encham este vazio
E nu e frio
Coração!

Se eu morrer...
Digam-lhe que foi,
Por não poder viver...
Sem ela!